30 julho 2010

Tarso vencerá! O Gigantinho revelou ontem mais que a tal pesquisa


 

 

ZERO HORA

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  • Pesquisas  |  24/07/2010 02h42min

Datafolha aponta Tarso à frente

Candidato do PT tem 35% das intenções de voto, José Fogaça aparece com 27% e Yeda Crusius tem 15% da preferência

Na primeira pesquisa Datafolha realizada depois da oficialização das candidaturas, o candidato do PT, Tarso Genro, aparece à frente, com 35% das intenções de voto no Rio Grande do Sul, seguido por José Fogaça, com 27%, e Yeda Crusius, 15%. O levantamento realizado entre os dias 20 e 23 de julho de 2010, com 1.215 eleitores gaúchos em 46 municípios, tem margem de erro de três pontos percentuais, para mais ou para menos.


Na pesquisa encomendada por Folha de S.Paulo e Grupo RBS, Tarso Genro é o preferido entre os eleitores masculinos, com 38% das intenções nesse segmento e, entre as mulheres, 33% afirmaram votar no candidato do PT. Em relação à idade, Tarso obtém 36% entre os jovens de 16 a 24 anos. O percentual vai a 44% entre os adultos de 35 a 44 anos.


Na consulta espontânea – quando não são apresentados os candidatos –, 68% dos eleitores ainda não sabem em quem votar. Os mais citados são Tarso (12%), Yeda (7%), Fogaça (6%).


Por ser a primeira pesquisa do instituto após a oficialização das candidaturas, o Datafolha não fez simulações de segundo turno.


Entre os eleitores de Porto Alegre, Tarso aparece com 43% das intenções de voto, seguido do candidato do PMDB, com 30%. Yeda tem 9% da preferência.


Na Região Metropolitana, 39% dos eleitores votariam no candidato do PT, 27% em Fogaça e 11% em Yeda. A candidata do PSDB alcança o seu melhor índice no Interior, com 17% das intenções de voto.


Yeda é rejeitada por 42% dos entrevistados. Tarso recebe 13%, seguido por Fogaça, com 12%. A rejeição da governadora se concentra entre os moradores da Capital (53%), entre os mais jovens (52%) e entre aqueles com Ensino Médio (52%).


O candidato do PMDB obtém melhores índices entre os eleitores de 16 a 24 anos (29%) e de 45 a 59 anos (29%). Quanto à escolaridade, 26% dos eleitores com Ensino Fundamental e 29% com Ensino Médio preferem Fogaça. Quanto à renda familiar média, Fogaça é mais citado entre aqueles que ganham de dois a cinco salários mínimos (30%). (30%).

19 julho 2010

A calúnia golpista da SIP contra o presidente Lula

Fundada nos Estados Unidos em 1946, a SIP teve papel fundamental durante a Guerra Fria. Empenhou-se com afinco a etiquetar como “antidemocráticos” os governos latino-americanos que não se alinhavam com a Casa Branca. Constituiu-se em peça decisiva da guerra psicológica que antecedeu os levantes militares no continente entre os anos 60 e 80. Qual a autoridade dos dirigentes dessa agremiação para falar em democracia, com sua biografia banhada na lama e no sangue? O que fazem é se aproveitar dos espaços públicos sobre os quais exercem propriedade privada para conspirar, agredir e manipular. O artigo é de Breno Altman.
Os jornais de hoje (17) estampam declaração do presidente da Sociedade Interamericana de Imprensa, Alejandro Aguirre, afirmando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “não pode ser chamado de democrático”. O ataque se estende aos demais países da região que são administrados por partidos de esquerda. Esses governos, de acordo com o dirigente da SIP, “se beneficiam de eleições livres para destruir as instituições democráticas”.

Certamente é importante, para os leitores, conhecer a história dessa entidade antes de julgar a credibilidade das declarações de seu principal dirigente. Fundada nos Estados Unidos em 1946, a SIP teve papel fundamental durante a Guerra Fria. Empenhou-se com afinco a etiquetar como “antidemocráticos” os governos latino-americanos que não se alinhavam com a Casa Branca. Constituiu-se em peça decisiva da guerra psicológica que antecedeu os levantes militares no continente entre os anos 60 e 80.

Orgulha-se de reunir 1,3 mil publicações das Américas, com 40 milhões de leitores. Entre seus membros mais destacados, por exemplo, está o diário chileno El Mercurio, comprometido até a medula com a derrubada do presidente constitucional Salvador Allende, em 1973, e a ditadura do general Augusto Pinochet

Outros jornais filiados são os argentinos La Nación e El Clarín, apoiadores de primeira hora do golpe sanguinário de 1976, liderado por Jorge Videla. Aliás, suspeita-se que a dona desse último periódico recebeu como recompensa um casal de bebês roubado de seus pais desaparecidos.

A lista é interminável. O vetusto diário da família Mesquita, Estado de S.Paulo, também foi militante estridente das fileiras anticonstitucionais, clamando e aplaudindo, em 1964, complô contra o presidente João Goulart. Mas não foi atitude solitária: outros grupos brasileiros de comunicação, quase todos também inscritos na SIP, seguiram a mesma trilha golpista.

Os feitos dessa organização, entretanto, não são registros de um passado longínquo. Ou é possível esquecer a histeria da imprensa venezuelana, em abril de 2002, no apoio ao golpe contra o presidente Hugo Chávez? Naquela oportunidade, a SIP não deixou por menos: a maioria de seus filiados foi cúmplice da subversão oligárquica em Caracas.

Uma trajetória dessas é para deixar até o mais crédulo com as barbas de molho. Qual a autoridade dos dirigentes dessa agremiação para falar em democracia, com sua biografia banhada na lama e no sangue? O que fazem é se aproveitar dos espaços públicos sobre os quais exercem propriedade privada para conspirar, agredir e manipular.

Ainda mais quando apelam à calúnia. A imensa maioria dos veículos de imprensa no Brasil dedica-se à desabusada oposição contra o presidente Lula e seu partido. Nenhuma publicação dessas foi fechada ou censurada por iniciativa de governo. Circulam livremente, apesar de muitos terem atravessado o Rubicão que separa o jornalismo da propaganda política, violando as mais comezinhas regras de equilíbrio editorial.

As palavras do presidente da Sociedade Interamericana de Imprensa, dessa forma, devem ser compreendidas através do código genético de Aguirre e seus pares. Hoje, como antes, atacam os governos progressistas porque desejam sua desestabilização e derrocada. Insatisfeitos com os resultados e as perspectivas eleitorais de aliados políticos, tratam de vitaminá-los com factóides de seu velho arsenal.

A história do presidente Lula, afinal, é de absoluto respeito à Constituição e à democracia. O mesmo não pode ser dito da SIP, cujas impressões digitais estão gravadas na história dos golpes e ditaduras que infelicitaram a América Latina.

(*) Breno Altman é jornalista e diretor editorial do site Opera Mundi (www.operamundi.com.br)