29 setembro 2008

Falta poesia à decadência do império

Havia até ontem certo tipo de gente cujos restos inda devem andar sussurrando, arrastando correntes e abanando lençóis brancos por aí, que arrostava um sem número de argumentos para sustentar as enormes vantagens e qualidades de um sistema de produção sem o estado.
Melhor: com um estado mínimo.
Era o máximo ouvi-los perorar pérolas e fartarem-se, nos governos, de vender o patrimônio público a preço de chuchu.
Fizeram no Chile, aqui, na Argentina.
Negócio da China não era melhor.
Danavam o couro de gente que piscasse em direção outra, à esquerda, então, mandavam queimar no inferno.
Inculpavam de penas mis o pecado de quem defendesse o estado como apenas indutor da economia e regulador do egoísmo, que contivesse a sanha da concorrência desregrada dos grupos, dos oligopólios, dos monopólios, que o estado era uma invenção que podia domar os bichos mais ferozes da selva da produção se reparasse em alguns preceitos apenas republicanos (igualdade, liberdade e fraternidade, por exemplo, cousa pouca).
E devesse o estado aplicar para o bem público os recursos arrancados em impostos ao povo.
Essa turma, os adeptos do fim da história, diziam, rezavam até, que deixassem as pessoas fazer a livre concorrência pela livre iniciativa...
A vida iria bem por séculos e séculos e muitos aqui e alhures diziam amém às empulhações.
Hoje, tais lideranças esclarecidas e refinadas andam pedinchonas, são terneiros mamões crescidos, leitões cachaços arriados.
Perderam a competência de fantasiar para o povo o que nunca realizaram por si.
Capitalismo sem risco, com dinheiro público.
Capitalismo de estado é coisa malsucedida do passado, gente!
Até Stalin usou e abusou contra os soviéticos a favor de uma concepção de desenvolvimento que passou a quilômetros da idéia socialista, um universo inteiro longe do comunismo.
Antes era Plano Marshall, pra reerguer a Europa destruída.
Esse nem nome pomposo tem.
É salvacionista de quem e de que se a guerra é contra o Iraque, lá no oriente médio petroleiro?
Ah! É para salvar os campeões da democracia e da livre inciativa.
Coisa feia é pregador de ideário de fanfarronice de liberdades tantas correr a se aprisionar nas burras da viúva, sem algemas!
Todos aqui sabem que só paga imposto mesmo os que não têm pra quem repassar na cadeia produtiva.
Os que têm de pagar nas notas fiscais nem pra cadeia vão se não o fizerem e ainda recebem algumas anistias em alguns lugares em pleno terceiro milênio.
Em nome disso, deram os trens todos. As grandes e pequenas minas, salgadas e doces, em montanhas e vales, as beira de cais assim como desde milênios acontece com a prostituição trombeteando que tudo ficaria na santa paz das senhoras elegantes do bordel planetário, porque o estado não mexe bem com isso.
E assim passaram às ganâncias privateiras tantas energias, telefonias, aciarias, parafusarias, estradas, buracarias.
Pela privada deram mão até pra se dizente dono de concessão pública de tevê escancarada ou fechada.
Porcarias compradas, o passivo delas trocado por moeda nova, guardando nas burras do povo a moeda podre, dando de barato incentivos por quase um século para fabricar automóveis, essa idéia suja que foi sacada de Detroit e os detritos espalhados pelo mundo a fora à tripa forra.
Até aviação pegou um refilão.
Se a VASP ficou no chão, a Varig também pode ficar.
Até hoje, mesmo com o Proer, Bamerindus, Econômico e Nacional, falidos, inda sustentam pro labore aqui.

A viúva não quebra porque seus filhos varonis nunca desistem, dizem.
Assistem e assistem.
E agora me vêm os que têm fé de mais, os que têm fé de menos pedir um ajutório já trilionário de dólares novinhos, recém-rodados na guitarra do FED, o banco estatal dos EE.UU, que faz a moeda das finanças do mundo para não quebrarem as pernas dos negocistas da rua dos muros.
Deram todos com a cara nele, em lamentações.
E os crentes já desamparados dos guias ainda pregam que o estado deve ser mínimo (sendo suficiente para salvar os banqueiros e pagar a polícia...) e elevam as mãos para receber o dólar inda uma moeda acreditada no mundo, mesmo que feda.
E créu nos infiéis.
Em fim de festa, os irresponsáveis nem convocaram foguetório terrorista para unir a pátria de canhoneiras.
Vão fazer a trasnferência bilionária na cara, em cores, pela tevê.
Vão lançar já, já bonequinho da crise, pra vender no camelódromo. Agora dele não será a do esperto pateta George.

24 setembro 2008

TSE sugere desaprovar contas do PSDB

Parecer da Coordenadoria de Exame de Contas Eleitorais e Partidárias (Coepa), órgão técnico do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), propõe a desaprovação das contas do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) referentes ao ano 2000.

De acordo com o parecer, o partido apresentou irregularidades na utilização de recursos do fundo partidário.

Os técnicos consideraram graves as irregularidades identificadas nas contas do partido em 2000, como documentos inidôneos, falta de documentos fiscais para comprovar despesas, documentos em desacordo com as legislações eleitoral, partidária e tributária, gastos com terceiros, falta de documentos de ingresso de receita na conta do fundo partidário e utilização de recursos públicos para gastos não permitidos na Lei Partidária (Lei 9096/95).

O parecer ressalta que o PSDB gastou R$ 389.703,14 em recursos do fundo partidário com notas fiscais inidôneas emitidas por empresas fechadas. Diz ainda que o partido não apresentou nenhum documento de comprovação de despesas, com recursos do fundo partidário, no total de R$ 27.432,49.

Conclui o parecer que os gastos do PSDB com serviços prestados a terceiros e não ao
próprio partido, com recursos do fundo partidário, chegam a R$ 67.415,21.

19 setembro 2008

Retorno acelerado ao capitalismo de estado

Segundo Lenine,
a fortaleza da corrente está na força de seu elo mais fraco


"Tudo o que é sólido desmancha no ar..." K. Marx


Um imperador romano, um faraó egípcio, o comandante da invencível armada e a própria, , os titãs de tordesilhas, um um corso imperador francês, a linha Maginot que caiu sem um tiro, as bestas nazistas e estalinistas e, hoje, a bola da vez, de listras azuis e vermelhas, campo de céu estrelado, chapeludos genocidas de tantas nações humanas daquele território e outros tantos mundo afora.
O capitalismo não sobrevive sem o estado, provaram hoje os bancos centrais das potências globalizadas.
A pregação ideológica pela economia de mercado resultou pior que uma filosofia miserável... é grossa bandalheira mentirosa.
Privatistas do mundo, uní-vos, estais a perder trilhões roubados aos produtores em todo o planeta!
O estado é que tem de ser submetido a controle social severo...
A única saída para que se dê chance ao reino das possibilidades e se ponha fim ao império da iniqüidade.

16 setembro 2008

Oligarcas armam e financiam terroristas na Bolívia. A midia grande, marrom e balofa cala.

13/09/2008 |
Altamiro Borges - Blog de Altamiro Borges

"Se precisar, vai ter sangue. É preciso conter o comunismo e derrubar o governo deste índio infeliz". Jorge Chávez, líder da oligarquia racista de Tarija.

"Não vejo razão pela qual se deve permitir o Chile se tornar marxista pela irresponsabilidade de seu povo". Henry Kissinger, secretário de Estado do EUA, poucos dias antes do golpe de 11 de setembro de 1973 que derrubou Salvador Allende.

É repugnante a cobertura que o grosso da mídia hegemônica tem dado aos trágicos confrontos na já sofrida Bolívia. Os serviçais da TV Globo tratam os chefões golpistas como "líderes cívicos" e "dirigentes regionais". Mirian Leitão, que esbanjou valentia ao sugerir que o governo brasileiro retirasse o nosso embaixador de La Paz e enviasse tropas às fronteiras quando da estatização do petróleo, agora é toda afável com a oligarquia racista deste país. Outros "colunistas" bem pagos da mídia chegam a insinuar que a culpa pelos violentos conflitos, que já causaram oito mortes, é do presidente Evo Morales, "um radical e populista" que instigou o separatismo regional.

A manipulação é grotesca até na terminologia. No caso das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que há décadas enfrentam as oligarquias paramilitares e que foram excluídas violentamente da luta institucional no país, os guerrilheiros são estigmatizados como terroristas, narcotraficantes, bandidos.

Já os bandos terroristas da Bolívia, organizados e armados pela elite racista que desrespeita o voto popular, são tratados como "comitês cívicos" e "grupos rebeldes". O embaixador estadunidense Philip Goldberg, que acaba de ser expulso da Bolívia por estimular abertamente a divisão do país, é apresentado pela mídia subserviente como "negociador".

A triste lembrança do Chile

O que está em curso na Bolívia é um golpe fascista organizado pela oligarquia local e teleguiado pelos EUA.

Seus métodos terroristas lembram o ocorrido no Chile, em setembro de 1973, noutro golpe sangrento orquestrado pelo "império do mal". Visam desestabilizar e derrubar o governo democraticamente eleito de Evo Morales, confirmado em agosto num referendo. Poucos são os veículos midiáticos e os "colunistas" que denunciam esta conspiração, talvez porque torçam pela derrota do que FHC chamou num paper ao governo Bush de "esquerdização da América Latina".

Como verdadeiro "partido da direita e do capital", a mídia burguesa não tolera a democracia!

Uma das raras exceções foi o lúcido artigo de Clóvis Rossi, que há muito estava adormecido por seu rancor antiesquerda. "O que está em andamento na Bolívia é uma tentativa de golpe contra o presidente Evo Morales. Segue uma linha ideológica e táticas parecidas as que levaram ao golpe no Chile, em 1973, contra o governo de Salvador Allende, tão constitucional e legítimo quanto o de Evo Morales. Os bloqueios agora adotados nos Departamentos são uma cópia dos locautes de caminhoneiros que ajudaram a sitiar o governo Allende... Nem o governo nem a oposição no Brasil têm o direito ao silêncio", escreveu, relembrando sua perspicácia e coragem do passado.

O criminoso Philip Goldberg

A conspiração golpista na Bolívia, acobertada pelo grosso da mídia nativa, exige rápida resposta das forças progressistas e democráticas do Brasil. Como afirmou Evo Morales, trata-se de "uma violência fascista com o objetivo de acabar com a democracia e dividir o país". Sob o biombo da autonomia regional, governadores de cinco departamentos (estados) e abastados empresários têm financiado bandos terroristas que já assassinaram oito camponeses favoráveis ao governo eleito, saquearam prédios públicos, destruíram uma emissora estatal de televisão, sabotaram gasodutos, bloquearam rodovias e proibiram o próprio presidente de pousar em três aeroportos do país.

Segundo relatos de Marco Aurélio Weissheimer, da Carta Maior, na semana passada "grupos de jovens de setores da classe média branca, que não escondem seu sentimento racista em relação a Evo Morales, lideraram as manifestações. Capitaneados pela União Juvenil Cruzense (UJC), eles invadiram o prédio da empresa estatal de telecomunicação para 'entregá-lo à administração do governo Rubén Costas', de Santa Cruz. Na Televisión Boliviana/Canal 7, saquearam o escritório, destruíram computadores e fizeram uma fogueira na entrada do prédio". Além de Santa Cruz, as ações terroristas ocorrem em outros quatro departamentos – Beni, Pando, Tarija e Chuquisaca.

Os EUA estão diretamente metidos no complô. O embaixador Philip Goldberg já foi fotografado em eventos da União Juvenil Cruzense (UJC), grupo terrorista de Santa Cruz que utiliza o slogan "terminemos com os 'collas' [indígenas], raça maldita". A embaixada ianque até contratou vários destes bandidos. Goldberg é um fascista convicto. Como embaixador dos EUA na ex-Iugoslávia, ele orquestrou a crise no Kosovo e a sangrenta guerra civil separatista naquele país. Declarado persona non grata, ele finalmente foi expulso da Bolívia. "Não queremos aqui gente separatista, divisionista, que conspira contra a unidade do país", justificou o presidente Evo Morales.

Intensificar a solidariedade internacionalista

O governo, mesmo aberto ao diálogo, não tem se submetido à pressão dos golpistas, que exigem a anulação da nova Constituição e do referendo que aprovou a manutenção do mandato de Evo Morales. Ocorrido em 10 de agosto, por demanda da própria oposição, o referendo confirmou a força do atual presidente. Evo foi ratificado em 95 das 112 províncias do país e, apesar do caos promovido pelos golpistas, teve mais votos do que na eleição presidencial – obteve 67,41% dos votos, bem acima dos 53,3% em 2005. Sua votação cresceu em oito dos nove departamentos e o referendo ainda revogou o mandato de dois governadores ligados às oligarquias racistas.

Desesperada, a elite investe no terrorismo e esbarra na resistência do governo e do povo. "Vamos agir com serenidade, mas também com firmeza", diz Alfredo Rada, ministro da Defesa. Walker Sam Miguel, ministro do Interior, garante que "os fascistas não passarão". O governo já decretou estado de sítio, ameaça deter os chefes terroristas e acionou tropas do exército nos departamentos para garantir o fornecimento de gás e a ordem pública. A derrota dos fascistas, porém, exige o apoio dos governos e dos movimentos sociais na América Latina. O que está em jogo é o avanço da democracia, é a derrota das oligarquias, do "império do mal" e da mídia mentirosa.

15 setembro 2008

Crônica de uma outra morte anunciada... na vida real e no Amapá

Sindicalista sofre atentado e busca apoio no Rio e em Brasília. Entrevista coletiva nesta terça-feira (16), no Centro do Rio de Janeiro, irá expor denúncia sobre desrespeito aos direitos humanos em Macapá.
Joinville Frota, presidente do Sindicato dos Rodoviários do Amapá (Sincottrap), está jurado de morte por sua atuação junto ao movimento social local. Sua residência foi incendiada no último 23 de agosto de madrugada, com toda a família presente.

...Por Gustavo Barreto - Jornalistas Populares - 15/09/2008

Pela segunda-vez este ano, o sindicalista Joinville Frota e sua família sofreram um atentado. Presidente do Sindicato dos Condutores de Veículos e Trabalhadores em Empresas Transportes Rodoviários de Passageiros do Amapá (SINCOTTRAP), Joinville teve sua residência queimada por criminosos na madrugada do último dia 23 de agosto. Os autores atiraram uma garrafa contendo gasolina, em chamas, na residência de Joinville, que é de madeira. Toda a família do sindicalista estava dormindo. Felizmente ninguém se feriu.

Apenas em 2008, já é a segunda vez que Joinville Frota teve sua vida ameaçada frontalmente. Além dos ataques, ele conta que sofre ameaças também por telefone. Em 2003, a sede do sindicato que Joinville preside já havia sido incendiada. Atualmente, sua família está em um local seguro, não revelado por segurança.

Após um período de lentidão dos poderes locais em investigar os acontecimentos, Joinville decidiu pedir apoio a entidades sindicais e jurídicas e ir para o Rio de Janeiro e para Brasília, em busca de apoio. Advogados do Instituto de Defensores dos Direitos Humanos (DDH) entraram no caso e estão assessorando Joinville na busca de uma solução. "Todas as tentativas, se consumadas, com certeza teriam impedido que o mesmo continuasse exercendo o mandato que recebeu dos trabalhadores, na luta por melhores condições de trabalho dos rodoviários do Amapá. Trata-se, portanto, de uma afronta a todo o movimento sindical e popular, independente de suas divergências".

Agenda para cobrar justiça e proteção

Joinville conversou nesta segunda (15) à tarde com o advogado João Tancredo, do Conselho Deliberativo do DDH, para expor o caso. À noite, às 19h, participa de reunião na sede do Grupo Tortura Nunca Mais (GTNM) Rio.

Nesta terça-feira, dia 16 de setembro, Joinville realiza entrevista coletiva para a imprensa, às 11h, na sede do DDH (Rua do Ouvidor, 50 – 5 andar). Para mais informações, telefone para 2215-0590. Estão confirmadas as presenças do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ) e do advogado João Tancredo, membro do DDH e ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB.

Na quarta-feira, dia 17, Joinville se encontra com o Ministro da Justiça, Tarso Genro, em Brasília, para reivindicar uma solução. Genro já foi notificado pelo DDH no dia 26 de agosto, mas sem resposta.

Crime ainda não tem suspeitos

Os autores da denúncia afirmam que não têm condições de apontar os suspeitos que executaram o crime ou mesmo os nomes e procedência de seus mandantes. "Cabe ao Estado investigar, prender e apresentar os culpados à sociedade, responsável institucionalmente que é por estas atribuições, em face das denúncias apresentadas", afirmam os advogados do DDH.

Joinville Frota também está concorrendo a cargo eletivo no município de Macapá. Por ser suplente de um deputado, Joinville pode se tornar deputado estadual caso o titular da vaga entre na Prefeitura. "Considerando se tratar de período eleitoral, a responsabilidade pela condução da apuração dos responsáveis deve ser federal, conforme ponto de vista que já foi externado às autoridades da Justiça Eleitoral, tanto no Estado do Amapá como em Brasília", argumentam os advogados do DDH.

"É o mínimo que o Estado de Direito pode fazer neste momento, além de continuar apurando e finalmente descobrir quais foram os criminosos e conduzi-los finalmente ao devido julgamento", afirmam.

Confira trecho da carta às autoridades e sociedade civil, de Aderson Bussinger, Secretário-Geral do DDH, advogado e Conselheiro da OAB/RJ:



"(...) Em visita ao Amapá, nos dias 11 e 12 de setembro, em nome do DDH – Instituto dos Defensores dos Direitos Humanos, na condição de seu Secretário-Geral, nos dirigimos às autoridades federais no Estado e reiteramos pedido de providências, ante a gravidade do fato, de modo que seja efetivamente protegida a vida de Joinville Frota. Estes mesmos apelos já o fizemos ao Exmo. Ministro da Justiça, Dr. Tarso Genro, que nos recebeu e despachou ofício em 26 de agosto orientando providências.

"Desejamos acompanhar o que de fato está sendo feito, à par da determinação do Senhor Ministro, bem como buscar sensibilizar todas as autoridades, sociedade civil, OAB, Igrejas, OIT, entidades internacionais de defesa dos direitos humanos, para esta situação de risco para sua vida no Amapá devido a tudo o que já ocorreu e que ora relatamos.

"Consignamos que se trata de uma questão que transcende a própria defesa de Joinville Frota e coaduna-se com preocupação de diversos setores democráticos no Brasil e no exterior sobre as ameaças e ataques que vêm sofrendo o movimento social brasileiro e na América Latina no último período, bem como a tentativa de alguns setores de também criminalizar a atuação sindical e popular, como fazia o regime militar em relação a quem discordava de seu projeto autocrático. Por esta razão, será realizado em Brasília, nos próximos dias 21 e 22 de outubro, um Seminário Nacional sobre Criminalização dos Movimentos Sociais, na sede do Conselho Federal da OAB, em parceria com Associações Nacionais de Juízes do Trabalho, Juízes Federais, Ministério Público Federal e entidades sindicais como a CUT e a CONLUTAS, a fim de debater este importante tema e propor soluções.

"É justamente neste contexto que denunciamos os atentados sofridos por Joinville Frota, no âmbito da luta geral pela efetivação dos Direitos Sociais e Fundamentais contidos no corpo da Constituição Federal do Brasil que completa 20 anos. É também no cenário do registro dos 60 anos da Declaração dos Direitos Humanos, que convocamos todas as entidades democráticas do Amapá, no sentido de que unam esforços para proteção de sua vida e o direito de Joinville continuar lutando pelos interesses dos trabalhadores que representa.

"Contra a criminalização dos movimentos sociais! Pela liberdade sindical e efetiva garantia dos direitos humanos e sociais!
Proteger a vida de Joinville Frota!

http://www.renajorp.net/

11 setembro 2008

Carta a banqueiros e financistas

Prezados Senhores,


Gostaria de saber se os senhores aceitariam pagar uma taxa, uma pequena taxa mensal, pela existência da padaria na esquina de sua rua, ou pela existência do posto de gasolina ou da farmácia ou da feira, ou de qualquer outro desses serviços indispensáveis ao nosso dia-a-dia.
Funcionaria assim: todo mês os senhores, e todos os usuários, pagariam uma pequena taxa para a manutenção dos serviços (padaria, feira, mecânico, costureira, farmácia etc). Uma taxa que não garantiria nenhum direito extraordinário ao pagante.
Existente apenas para enriquecer os proprietários sob a alegação de que serviria para manter um serviço de alta qualidade.
Por qualquer produto adquirido (um pãozinho, um remédio, uns litros de combustível etc) o usuário pagaria os preços de mercado ou, dependendo do produto, até um pouquinho acima. Que tal?
Pois, ontem saí de seu Banco com a certeza que os senhores concordariam com tais taxas. Por uma questão de equidade e de honestidade.
Minha certeza deriva de um raciocínio simples. Vamos imaginar a seguinte cena: eu vou à padaria para comprar um pãozinho. O padeiro me atende muito gentilmente. Vende o pãozinho. Cobra o embrulhar do pão, assim como, todo e qualquer serviço.
Além disso, me impõe taxas. Uma 'taxa de
acesso ao pãozinho', outra 'taxa por guardar pão quentinho' e ainda uma 'taxa de abertura da padaria'. Tudo com muita cordialidade e muitoprofissionalismo, claro.
Fazendo uma comparação que talvez os padeiros não concordem, foi o que ocorreu comigo em seu Banco.
Financiei um carro. Ou seja, comprei um produto de seu negócio. Os senhores me cobraram preços de mercado. Assim como o padeiro me cobra o preço de mercado pelo pãozinho.
Entretanto, diferentemente do padeiro, os senhores não se satisfazem me cobrando apenas pelo produto que adquiri.
Para ter acesso ao produto de seu negócio, os senhores me cobraram uma 'taxa de abertura de crédito' - equivalente àquela hipotética 'taxa de acesso ao pãozinho', que os senhores certamente achariam um absurdo e se negariam a pagar.
Não satisfeitos, para ter acesso ao
pãozinho, digo, ao financiamento, fui obrigado a abrir uma conta corrente em seu Banco.
Para que isso fosse possível, os senhores me cobraram uma 'taxa de abertura de conta'.
Como só é possível fazer negócios com os senhores depois de abrir uma conta, essa 'taxa de abertura de conta' se assemelharia a uma 'taxa de abertura da padaria', pois, só é possível fazer negócios com o
padeiro depois de abrir a padaria.
Antigamente, os empréstimos bancários eram popularmente conhecidos como papagaios'. para liberar o 'papagaio', alguns gerentes inescrupulosos cobravam um 'por fora', que era devidamente embolsado. Fiquei com a impressão que o Banco resolveu se antecipar aos gerentes inescrupulosos. Agora ao invés de um 'por fora' temos muitos 'por
dentro'.
- Tirei um extrato de minha conta - um único extrato no mês - os senhores me cobraram uma taxa de R$ 5,00. - Olhando o extrato, descobri uma outra taxa de R$ 7,90 'para a manutenção da conta' semelhante àquela 'taxa pela existência da padaria na esquina da rua'.
- A surpresa não acabou: descobri outra taxa de R$ 22,00 a cada trimestre - uma taxa para manter um limite especial que não me dá nenhum direito. Se eu utilizar o limite especial vou pagar os juros (preços) mais altos do mundo. - Semelhante àquela 'taxa por guardar o pão quentinho'.
- Mas, os senhores são insaciáveis!!!. A gentil funcionária que me atendeu, me entregou um caderninho onde sou informado que me cobrarão taxas por toda e qualquer movimentação que eu fizer.
Cordialmente, retribuindo tanta gentileza, gostaria de alertar que os senhores esqueceram de me cobrar o ar que respirei enquanto estive nas instalações de seu Banco.
Por favor, me esclareçam uma dúvida: até agora não sei se comprei um financiamento ou se vendi a alma?
Depois que eu pagar as taxas correspondentes, talvez os senhores me respondam informando, muito cordial e profissionalmente, que um serviço bancário é muito diferente de uma padaria. Que sua responsabilidade é muito grande, que existem inúmeras exigências governamentais, que os riscos do negócio são muito elevados etc e tal. E, ademais, tudo o que estão
cobrando está devidamente coberto por lei, regulamentado e autorizado pelo Banco Central.
Sei disso.
Como sei, também, que existem seguros e garantias legais que protegem seu negócio de todo e qualquer risco. Presumo que os riscos de uma padaria, que não conta com o poder de influência dos senhores, talvez sejam muito mais elevados.
Sei que são legais. Mas, também sei que
são IMORAIS!!!!!. Por mais que estejam garantidas em lei, tais taxas são uma IMORALIDADE !!!.
(recebi de um anônimo muito bem humorado e, como se viu, informado sobre o que é banco e roubo)