28 outubro 2010

Ficha imunda de Serra: ele tem 17 processos...

Dilma tem nenhum!




Alguns processos contra Serra na Justiça Federal do DF. Há outros processos em outros tribunais.

Se a Justiça no Brasil fosse mais rápida para políticos, José Serra (PSDB) já poderia estar ao lado de Joaquim Roriz e impedido de candidatar-se pela lei da ficha suja.

Serra tem 17 processos declarados à Justiça Eleitoral, de acordo com as certidões que ele mesmo apresentou (a contragosto, por imposição da lei, senão a candidatura fica impugnada). Entre os processos, pelo menos três são por corrupção (improbidade administrativa).

O maior dos escândalos de corrupção envolvendo José Serra, e que o levou ao banco dos réus, foi sobre o PROER, com rombo nos cofres públicos de R$ 3 bilhões beneficiando o Banco Econômico, e de R$ 1,7 bilhões para o Banco Bamerindus ser comprado pelo HSBC.

O processo 2003.34.00.039140-7 corre na Justiça Federal do DF, e demonstra que José Serra, junto a outros tucanos do governo FHC, descumpriram as leis e as normas do próprio PROER, ao injetar bilhões do dinheiro público que foi para o ralo, em instituições que não poderiam receber socorro, e teriam que ser liquidadas.

Já houve uma decisão da juíza Daniele Maranhão Costa, da 5ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal, aceitando que houve dano ao erário, enriquecimento ilícito e violação aos princípios administrativos no caso.

É a ante-sala para José Serra entrar na lista dos fichas sujas, caso se confirme uma condenação por juízes, em colegiado.

O demo-tucano também responde processos por crimes de imprensa, calúnia e injúria. (Com informações do Congresso em Foco)

15 outubro 2010

Viva o povo brasileiro!

À NAÇÃO
 
Em uma democracia nenhum poder é soberano.
Soberano é o povo.
É esse povo – o povo brasileiro – que irá expressar sua vontade soberana no próximo dia 3 de outubro, elegendo seu novo Presidente e 27 Governadores, renovando toda a Câmara de Deputados, Assembléias Legislativas e dois terços do Senado Federal.
 
Antevendo um desastre eleitoral, setores da oposição têm buscado minimizar sua derrota, desqualificando a vitória que se anuncia dos candidatos da coalizão Para o Brasil Seguir Mudando, encabeçada por Dilma Rousseff.
 
Em suas manifestações ecoam as campanhas dos anos 50 contra Getúlio Vargas e os argumentos que prepararam o Golpe de 1964. Não faltam críticas ao “populismo”, aos movimentos sociais, que apresentam como “aparelhados pelo Estado”, ou à ameaç a de uma “República Sindicalista”, tantas vezes repetida em décadas passadas para justificar aventuras autoritárias.
O Presidente Lula e seu Governo beneficiam-se de ampla aprovação da sociedade brasileira. Inconformados com esse apoio, uma minoria com acesso aos meios, busca desqualificar esse povo, apresentando-o como “ignorante”, “anestesiado” ou “comprado pelas esmolas” dos programas sociais.
 
Desacostumados com uma sociedade de direitos, confunde-na sempre com uma sociedade de favores e prebendas.
O manto da democracia e do Estado de Direito com o qual pretendem encobrir seu conservadorismo não é capaz de ocultar a plumagem de uma Casa Grande inconformada com a emergência da Senzala na vida social e política do país nos últimos anos. A velha e reacionária UDN reaparece “sob nova direção”.
 
Em nome da liberdade de imprensa querem suprimir a liberdade de expressão. A imprensa pode criticar, mas não quer ser criticada.
 
É profundamente anti-democrático – totalitário mesmo – caracterizar qualquer crítica à imprensa como uma ameaça à liberdade de imprensa. Os meios de comunicação exerceram, nestes últimos oito anos, sua atividade sem nenhuma restrição por parte do Governo. Mesmo quando acusaram sem provas.
 
Ou quando enxovalharam homens e mulheres sem oferecer-lhes direito de resposta. Ou, ainda, quando invadiram a privacidade e a família do próprio Presidente da República.
 
A oposição está colhendo o que plantou nestes últimos anos. Sua inconformidade com o êxito do Governo Lula, levou-a à perplexidade. Sua incapacidade de oferecer à sociedade brasileira um projeto alternativo de Nação, confinou-a no gueto de um conservadorismo ressentido e arrogante. O Brasil passou por uma grande transformação.
 
Retomou o crescimento. Distribuiu renda. Conseguiu combinar esses dois processos com a estabilidade macroeconômica e com a redução da vulnerabilidade externa. E – o que é mais importante – fez tudo isso com expansão da democracia e com uma presença soberana no mundo.
 
Ninguém nos afastará desse caminho. Viva o povo brasileiro!

11 outubro 2010

Manifesto de apoio à candidatura Dilma e à continuidade das políticas educacionais do Governo Lula

1- O Brasil apresentou crescimento econômico com redução da desigualdade social. A geração de empregos e renda motivou a inclusão social de milhões de brasileiros, com a redução significativa da miséria e da pobreza. E tudo isto não se deu por qualquer efeito natural e inevitável da manutenção da estabilidade, antes de políticas públicas corajosamente introduzidas pelo Governo Lula. Sim, a retomada de uma política consequente de desenvolvimento trouxe o aumento da confiança e da auto-
estima para a população. Um Brasil com mais soberania, respeito e credibilidade internacional projeta o país para novos patamares de realizações mundiais.

2- O governo Lula é o que mais realizou ações no campo das políticas públicas articuladas à sustentabilidade ambiental, com a redução do desmatamento na Amazônia, a afirmação de compromissos quanto ao combate ao aquecimento global e, dentre outros, uma disposição concreta de fortalecer a ação do Estado em todos os campos, o que é fundamental frente às limitações dos mercados para viabilizar um novo paradigma ecológico em meio ao já afirmado crescimento econômico com inclusão social.

3- Na área da Educação Superior houve ampliação e criação de novas instituições federais de ensino superior. Durante o período FHC não se criou sequer uma! Quatorze novas Universidades Federais foram criadas no Governo Lula e foram construídos mais de 100 campi universitários pelo interior do país. O ensino técnico e tecnológico público, retomado e ampliado com a criação de Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, tem proporcionado o aumento de vagas públicas no ensino superior e no ensino médio.

4- O investimento em infra-estrutura das universidades públicas, totalmente ausente nas gestões FHC, foi retomado e tiveram expressivo aumento em especial com o Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI) que criou novos cursos, com investimentos crescentes em infra-estrutura e abriu milhares de novas vagas estudantis. As instalações ganharam mais recursos e novos investimentos, com melhorias em laboratórios e bibliotecas. Ocorreu também considerável aumento nos concursos e nas contratações de professores e técnicos para as instituições federais de ensino superior.

5- Em ciência e tecnologia também os investimentos passaram do marasmo do governo FHC para patamares “nunca antes vistos nesse país”. O total de recursos em fundos para ciência e tecnologia foi multiplicado por várias vezes entre 2003 e 2010. O número de bolsas de estudo cresceu de maneira consistente e ampliada em todos os níveis, na graduação, pós-
graduação e no fomento a pesquisadores, intercâmbios e professores visitantes. Programas de fomento, tanto do CNPq como da CAPES, proporcionaram um apreciável aumento da pesquisa científica e tecnológica, condição básica para o desenvolvimento do país.

6- Iniciou-se a recomposição salarial dos funcionários da educação, professores e técnico-administrativos, com a criação de novos níveis nas carreiras. Ainda que não livre de impasses, foi recentemente reintroduzida a discussão da democracia e autonomia universitárias.

7- O Programa Universidade para Todos (PROUNI) possibilitou o acesso ao ensino superior de mais de 700.000 brasileiros. Para as universidades públicas foi instituído o Sistema Nacional de Assistência Estudantil, que garante o acesso e a permanência de estudantes pobres nas universidades, mecanismo fundamental para consolidar a inclusão social. E, cabe sublinhar, compromisso com a inclusão social é também com a democracia.

8- O Brasil reencontra-se consigo mesmo. São políticas públicas e novos investimentos estatais nas áreas da educação, ciência e tecnologia, com aumentos orçamentários, que permitem o crescimento qualitativo e quantitativo dos indicadores educacionais brasileiros.

9- Por isso, nós, abaixo-assinados, apoiamos a candidatura Dilma, para que as políticas de ensino superior implantadas pelo ministro da Educação de Fernando Henrique Cardoso e secretário de Educação de José Serra (em São Paulo), Paulo Renato Souza, não sejam relançadas. Vale lembrar que sob o PSDB e seus aliados, as universidades federais chegaram a um déficit imenso de professores, muitas delas terminando cada ano sem dinheiro para pagar sequer contas de luz! Nas universidades estaduais paulistas, essa política educacional autoritária e neoliberal desastrosa foi seguida à risca. Hoje o Brasil aproxima-se do rumo certo e precisa seguir avançando, também na educação superior. Por essas razões, dentre outras, apoiamos a candidatura de Dilma Rousseff. Acreditamos que sua chegada à Presidência da República representará o aprofundamento do combate à pobreza e à desigualdade, marcas sociais e educacionais do Governo Lula.

Este documento já possui inúmeras assinaturas de dirigentes da Universidade Federal do Paraná. Novas assinaturas enviar para: Ricardo rco2000@uol.com.br

CANSEI, VOU VOTAR NO SERRA

Amigos, eu tentei, mas não dá mais. Temos que salvar nosso país, ia anular o voto, mas tenho que votar no Serra, na chapa PSDB-DEM-PTB.

Quero me associar a esse movimento lançado por mulheres brasileiras, altruístas, as melhores expressões de nossa sociedade, como Hebe Camargo, Xuxa, Regina Duarte e Ivete Sangalo. Gente competente, milionária, que não ganhou seu dinheiro com o Estado não, ganhou fazendo coisas importantes para a sociedade.

Cansei dessa coisa assistencialista de Bolsa Família. Isso é compra de voto. Esse dinheiro poderia ser utilizado para financiar a privatização de outras estatais cabides de emprego público, para abater a dívida dos empresários de comunicação (Globo, SBT, Band, RedeTV, CNT, Folha SP, Estadão etc.). A "Veja" está quase fechando as portas e esse governo alimentando vagabundo incapaz no Piauí. É o fim do mundo.

Cansei do PT com essa coisa de direitos dos homossexuais, onde já se viu! Legalizar casamento gay! E essa coisa de ter petista querendo fazer hospital público fazer de graça aborto em qualquer uma! O aborto é uma aberração! Jamais permitiria uma filha minha fazer essa barbaridade. De mais a mais, quando meu filho engravidou a filha da empregada, eu tive que pagar uma nota pelo aborto dela.

Cansei dos engarrafamentos em São Paulo e no Rio. Cansei dos estacionamentos sem vaga. Com essa coisa de juro baixo, todo mundo tem carro, até o meu pedreiro. "É uma vergonha!", como dizia o Boris Casoy. Com o Serra os congestionamentos vão acabar, porque como em S. Paulo, vai instalar postos de pedágio nas estradas brasileiras a cada 35 km e cobrar caro.

Cansei dessa história de PROUNI, REUNI, escambau UNI, que botou essa gente ignorante, sem berço, na universidade. Até índio e favelado agora, vira médico e advogado. É um desrespeito... Meus filhos, que foram bem criados, precisam conviver e competir com essa gentalha. Como vai ser o futuro deles? Vão perder os bons empregos para essa raça?

Cansei dessa história de facilitar a construção e a compra da casa própria (73% da população, hoje, tem casa própria, segundo pesquisas recentes do IBGE). E os coitados que vivem de cobrar aluguéis? O que será deles? Queria comprar outro apartamento de temporada e tive que desistir, pois os preços estão muito altos, todo mundo tem crédito pra comprar.

Cansei dessa demagogia de democracia. O bom era a ditadura militar. Agora, mesmo fraudando toda a eleição com aqueles softwares que ninguém sabe como funcionam, ganha sempre o candidato que o povo quer! “Assim não dá, assim não pode!”

Cansei desse povinho que não segue mais o que a Globo manda, não adianta mais nem juntar Globo, Veja, Estadão, Folha, chantagear políticos, fraudar eleição, o povo não escuta mais nada! Acham que podem pensar! Veja só!

Cansei dessa palhaçada de valorização do real frente ao dólar. Isso é coisa daquele operário megalômano. Vê se é possível: o Brasil com moeda forte! Acredite se quiser. O Sardenberg disse que é tudo artificial.

O resultado: agora, qualquer um tem MP3, celular e câmera digital. Qualquer pé de chinelo, aqui do prédio, vai passar férias no Exterior. Meu mecânico foi conhecer Buenos Aires! É o fim...

Vou votar no Serra. Cansei, vou votar no Serra, porque quero de volta as emoções fortes do governo de FHC, quero investir nas quebras da bolsa e no dólar em disparada.

Cansei de ir ao supermercado e encontrá-lo cheio. O alimento está barato demais. O salário dos pobres aumentou, e qualquer um agora se mete a comprar, carne, queijo, presunto, hambúrguer e iogurte. E não falta nada mesmo assim!

Cansei dos bares e restaurantes lotados nos fins de semana. Se sobra algum, a gentalha toda vai para a noite. Cansei dessa demagogia, vagabundagem. É coisa daquele operário que se amarra em caninha. Pobre tem que trabalhar todo dia.

Cansei de ir em Shopping e ver a plebe comprando e desfilando com seus celulares. Uma gente feia... O governo reduziu os impostos para os computadores. A Internet virou coisa de qualquer um. Pode? Até o filho da manicure, pedreiro, catador de papel, agora navega...

Cansei da moda banalizada. Agora, qualquer um pode montar uma confecção. Tem até crédito oferecido pelo governo. O que era exclusivo da Oscar Freire, agora, se vende até no camelô da 25 de Março e no Braz. Vergonha, vergonha, vergonha...

Cansei de ir em banco e ver aquela fila de idosos no Caixa Preferencial, todos trabalhando de office-boys.

Cansei dessa coisa de biodiesel, de agricultura familiar. O caseiro do meu sítio agora virou "empreendedor" no Nordeste. Pode?

Cansei dessa história de Luz para Todos. Os capiaus, agora, vão assistir TV até tarde. E, lógico, vão acordar ao meio-dia. Quem vai cuidar da lavoura do Brasil? Quem vai fazer filho pra trabalhar na construção civil no Sudeste? Diga aí, seu Lula...

Chega dessa baboseira politicamente correta, dessa hipocrisia de cooperação. O motor da vida é a disputa, o risco... O mais capaz sobrevive (e sua prole), o resto perece. É a lei da evolução.

Eles que vão trabalhar, vagabundos, porque no capitalismo vence quem tem mais competência. É o único jeito de organizar a sociedade, de mostrar quem é superior e quem é inferior.

Eu ia anular, mas cansei. Basta! Vou votar no Serra. Quero minha felicidade de volta, quero meu país de volta! Esse país é nosso, não dessa plebe! Quero ver essa gentalha no lugar que lhe é devido!

E se a Dilma ganhar, essa guerrilheira fdp (o Gabeira é que é bom, porque tá com a gente, o Serra até quer ele pra vice) vamos caluniar e botar bandido pra falar deles até derrubar esse governo. Como disse o Roberto Jefferson (esse é que é bom!), “Se a Dilma ganhar, VAMOS BOTAR FOGO NESTE PAÍS!”

E VIVA A TRADIÇÃO, FAMÍLIA E PROPRIEDADE!


Giovanny kley Silva Trindade


Presidente do DASSUI -Diretorio Academico do Curso de Serviço Social Uninorte/Iesacre
Diretor Nacional da União da Juventude Socialista / Combate ao Racismo
Vice Presidente do Conselho Municipal de Juventude de Rio Branco
Diretor de Juventude Negra Cernegro/Unegro

A Importância do Estado Laico para o Cristianismo e a Importância de Dilma para o Estado Brasileiro

O Brasil chegou longe, se tornou uma das maiores economias do mundo, fortaleceu sua democracia, lutou contra a ditadura militar que amordaçava e torturava aqueles que tinham sede de liberdade. Artistas, militantes, cristãos, camponeses, estudantes levantaram-se para lutar por aquilo que conquistamos hoje, um Brasil diferente, com oportunidades, com menos discrepâncias sociais, com uma democracia. Tantos debates políticos foram feitos, elaboramos uma Constituição cidadã, discutimos projetos de país, a importância dos programas de governos, formulamos leis de responsabilidade fiscal, incluímos a alimentação como um direito social garantido pela Constituição, aprovamos estatutos para garantir os direitos de crianças e adolescentes, o direito de idosos, leis para proteger as mulheres da violência doméstica, construímos universidades como há tanto tempo não se fazia. Avançamos muito no debate de idéias que colocaram o ser humano como centro, fortalecendo assim um Estado Democrático Social de Direito, um Estado laico, que não vise apenas garantir a igualdade, mas que respeite as diferenças. Enfim, o tempo correu desde a idade média, quando Igreja e Estado eram conceitos quase sinônimos, o mundo evoluiu, e aqueles que desejam exercer sua fé independente do que pensa a maioria, possuem seus direitos garantidos mesmo assim. A aprovação da lei do divórcio no Brasil foi um ponto muito debatido, pois a igreja Cristã era contra que o Estado acompanhasse aquilo que já ocorria na prática, pessoas se casavam e se separavam, e casavam-se novamente na prática, mas não tinham como regularizar sua situação judicialmente, pois o Estado não permitia o divórcio, e quem mais sofria com isso, sem dúvida eram as mulheres que se tornavam estigmatizadas e eram discriminadas devido a sua condição de “separada”. No entanto, com a aprovação da lei do divórcio, aqueles que acreditavam, devido a sua fé, que o casamento deveria ser um sacramento e em hipótese alguma deveria ser desfeito, estes continuaram casados, independente de o Estado permitir ou não a dissolução do casamento. Porém, muitos que viviam infelizes, cheios de culpa, puderam regularizar sua situação perante a lei, pedindo divórcio e casando-se novamente. Por isso, percebemos que Estado avançou, cada vez mais pôde respeitar as diferentes faces dos seus cidadãos, personalidades, gostos e posturas.

Diante de tudo isso, me indigna muito o que ocorre no Brasil, uma campanha presidencial que ao invés de trazer a tona o ser humano como centro de seu debate, projetos políticos, políticas públicas, reformas, investimentos, saúde, educação, segurança, alimentação, ciência e tecnologia, comunicação, inclusão digital, não, traz para o centro do debate os moralismos, as intolerâncias, as picuinhas, as invejas, as hipocrisias, os fundamentalismos. Admira-me muito e negativamente, cristãos que torcem para que Estado e a religião voltem a ser uma única coisa. Que tentam impor a todos aquilo que é motivação de fé, que ao invés de terem a tolerância e o amor como centro de suas vidas, montam uma seqüência de regras religiosas a serem seguidas absolutamente cheias de rituais e vazias de sentido. A história prova que o Estado religioso cristão na idade média foi algo desastroso. O tribunal da Inquisição instituído principalmente na Europa nos séculos XVI, XVII e XVIII, afirmam alguns historiadores, chegaram a matar mais de nove milhões de pessoas. A principal prova usada nos processos judiciais da Inquisição era confissão e obviamente que tais confissões eram obtidas através dos mais diversos tipos de tortura. O ápice da confusão entre Estado e religião foi o período Inquisitorial e foi algo absolutamente desastroso, pois com o avanço do fundamentalismo, qualquer ação que contrariasse aqueles que estavam no poder era considerado heresia e deveria ser gravemente punido.

Então, diante disso, me assusta que cristãos, depois de verem o caos que fora a Igreja no domínio do poder, depois de presenciarem tantos avanços promovidos por um Estado laico, possam querer que suas regras sejam as regras gerais. Fato absurdo diante da fé cristã genuína. Pois, a Bíblia diz que Deus é amor, portanto o cristianismo praticado deveria ser justamente isso, atos de amor. E sinceramente, quando a igreja defende que milhares de mulheres continuem morrendo ao praticarem abortos clandestinos, sem assistência médica alguma, e ainda sentirem-se criminosas diante de um ordenamento jurídico completamente ultrapassado, não creio que isso seja um ato de amor. Todos nós conhecemos ou acompanhamos alguém que já tenha feito um aborto na vida, um processo marcado por sangue, lágrimas, baixa auto-estima, marcado pela dor, mulheres que se viram incapaz de levar em frente uma gravidez, muitas vezes por falta de condições financeiras, mas quase sempre pelo moralismo imposto pela sociedade. Muitas vezes, pais cristãos que são tão moralistas com seu código de conduta contra uma gravidez fora do casamento, é que levam suas filhas a opção de abortar por medo de serem julgadas por eles, é o moralismo que, no geral, cria o ato de abortar. Este código de ética pseudo-cristão não é um ato de amor! E muito menos querer que o Estado acompanhe tal comportamento é uma atitude que exalte a vida. Outra questão muito discutida nestas eleições é a questão da União civil homossexual. Evangélicos e católicos são contra a reforma na legislação referente a isso por pura ignorância. Obviamente nenhum casal gay no mundo pretende entram na igreja como duas mulheres vestidas de noiva de véu e grinalda ou dois homens de terno trocando alianças douradas. A questão da união civil homossexual passa pelo reconhecimento do Estado quanto aquilo que já existe na prática e por estar a margem da legalidade gera muito sofrimento. Em um casal gay, se um dos dois morre, tudo que eles construíram juntos o outro não herda, pois esta união hoje não é reconhecida pelo Estado para efeitos de direito civil. O fato de o Estado legalizar o aborto e a União civil homossexual não significa que haverá uma fábrica de gays e garotas na fila para fazer aborto. Meninos e meninas cristãs poderão continuar casando-se da maneira que quiserem dentro de suas igrejas, um de terno a outra de vestido branco, as famílias poderão continuar comemorando o nascimento de seus filhos e filhas na vigência do casamento heterossexual. A permissão de algo pela lei, não significa a imposição, quando aprovaram o divórcio como direito, não impuseram a ninguém a obrigação de se divorciar, assim como a legalização do aborto não condena ninguém a abortar ou a legalização da União civil homossexual não transforma ninguém em gay. Mas, à medida que o Estado avança em sua condição laica, que passa a cada dia mais ter a tolerância e o respeito às diferenças como centro de sua ação e debate, aí sim, passa a ser cada dia mais cristão, cristão no seu melhor sentido, cristão porque cumprirá então os ensinamentos de Cristo que nos ensina a tolerância e nos diz que devemos amar uns aos outros.

Por isso, para que o Estado brasileiro continue seguindo em frente, avançando em sua condição laica, continue tendo como prioridade máxima a vida humana em todos os seus aspectos e diferenças, vote naquela que nesta eleição defende propostas, discuti idéias, eleva o debate político no lugar em que deve estar, apresenta políticas públicas para o Brasil seguir em frente, vote DILMA 13 para presidente.

Amanda Regina Barbosa Lemes
Acadêmica do 5° ano de Direito na Universidade Estadual de Maringá-PR
Secretária Estadual da Juventude do PT-PR
Evangélica.