25 março 2008

Governo gaúcho deu "aval expresso" à fraude de 40 milhões

O ex-presidente do Detran gaúcho, Flávio Vaz Netto, indiciado pela Operação
Rodin da Polícia Federal, iniciou seu depoimento à CPI que apura fraude na autarquia acusando a governadora do Rio Grande do Sul.
Disse aos deputados que Yeda Crusius, atualmente em viagem ao exterior, deu "aval expresso" para a alteração sem licitação de empresas prestadores de serviços à autarquia.
Vaz Netto ainda qualificou de "deslealdade" e "covardia política" a exoneração dele pela chefa depois de ter sido preso pelos federais.
O homem não conseguiu explicar porque a gestão dele no Governo de Yeda substituiu, sem licitação, a Fatec pela Fundae como empresa responsável pelos exames teóricos e práticos para obtenção e renovação de carteiras de habilitação.
A troca aumentou o preço cobrado pelos serviços ao candidato à habilitação ou a motorista que vá renovar carteira.

compensação

Flávio Vaz Netto também disse à CPI que o secretário-geral do Governo de Yeda, Delson Martini, e o secretário-geral da prefeitura de Canoas,
Francisco Fraga, atuaram como interlocutores do Palácio Piratini no
troca-troca da Fatec pela Fundae.

Afirmou que na reunião com a governadora para tratar do assunto Francisco Fraga estava também no gabinete de Yeda sem ter sido levado por ele até lá.

Fraga teria aproximação com os interesses de Lair Ferst, arrecadador da campanha Yeda Crusius ao Palácio Piratini.

Vaz Netto confirmou que reuniu-se com Ferst, que teria contestado a substituição da empresa pestadora de serviços.

Flávio Vaz Netto presidiu a autarquia do início do Governo de Yeda até 6 de novembro de 2007, quando foi flagrado pela Operação Rodin da Polícia Federal

Responde ele por crimes de formação de quadrilha, fraude em licitações, tráfico de influência, sonegação fiscal, estelionato, peculato e corrupção ativa e passiva.

Foi indicado ao cargo pelo PP, sendo ligado ao ex-secretário estadual de Segurança, o atual deputado federal José Otávio Germano que tem um irmão numa lista de 39
indiciados pela Polícia Federal como responsáveis por esquema criminoso
que lesou os cofres públicos em mais de R$ 40 milhões.


Resta no ambiente da investigação parlamentar uma forte impressão de que Vaz Netto ainda não contou tudo o que sabe.

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