As pessoas, muitas, passaram 70 anos fingindo se escandalizar com a irreverência de Dercy Gonçalves, a artista da revista, do teatro, do cinema e da tevê brasileiras que mais sério falou do caráter da brasilidade e que nos deixou hoje à tarde, ao falecer aos 101 anos.
Como sempre há controvérsia em tudo que envolve Dercy, ela mesma dizia que já fizera 103 anos.
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Ontem eu passava à frente de uma escola primária aqui na vila, na hora da saída da tarde, e no empurra-empurra, uma pirralha de uns sete pra oito anos repetia em rol, de cabo a rabo, todo o notável vocabulário cultivado pela mais popular de nossas artistas, quiçá já incorporando...
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No Paraíso, uma imensa confusão, um arranca-rabo dos diabos entre santos, querubins e anjos, com a inusitada e inesperada chegada.
Vai dar um rebu, um furdúncio, o Paraíso jamais será o mesmo... Dercy chegou metendo os peitos e avançando sobre Pedro que se enrolava com as chaves...
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