16 julho 2009

Governador Yeda chama professores de "torturadores" . Choque espanca o povo

Fotos: Roberto Vinicius / Agência Freelancer


A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), foi alvo de protesto de professores na manhã da quinta-feira, 16.7.
Manifestantes se posicionaram em frente a mansão de Yeda, em Porto Alegre, pedindo o impeachment da governadora.

A governadora alegou que seus netos tiveram dificuldade de sair de casa devido ao protesto, apresentou cartazes ao grupo dizendo: "vocês não são professores, torturam crianças".

Seis manifestantes foram detidos durante o protesto organizado pelo Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers/Sindicato).

Entre os detidos, algemada, estava a presidente da entidade, Rejane de Oliveira. soldados da tropa de choque da Brigada Militar dissolveram o protesto do grupo, por volta das 8h30min, tentando impedir o trabalho de imprensa

Após a dispersão do protesto, os manifestantes seguiram em ônibus para o centro da capital, onde ocorreu uma segunda etapa da manifestação, em frente ao Palácio Piratini, a sede do governo estadual.

Yeda Crusius reagiu ao protesto, queixando-se que os professores sabiam que havia crianças na casa e que elas iriam para a escola realizar provas nesta quinta-feira.

m nota oficial, o Cpers diz que "a governadora não tem mais legitimidade para ocupar o posto e deve ser imediatamente afastada".

"Acuada por indiciamentos de dois dos seus secretários pela Polícia Federal gaúcha, por corrupção e cada vez mais desacreditada...

Denúncias
O governo de Yeda tem sido alvo de acusações desde a Operação Rodin, da Polícia Federal, que investigou fraudes em contratos de prestação de serviços da Fundação de Apoio à Tecnologia e Ciência (Fatec) e Fundação para o Desenvolvimento e Aperfeiçoamento da Educação e da Cultura (Fundae) para o Detran, e que causou o desvio de aproximadamente R$ 44 milhões dos cofres públicos, segundo estima o Ministério Público.

A situação ficou mais complicada depois que a revista Veja divulgou gravações mostrando conversas entre Marcelo Cavalcante, ex-assessor da governadora, e o empresário Lair Ferst, um dos coordenadores da campanha de Yeda e réu na Operação Rodin, que expõe a existência de caixa dois na campanha de Yedapelo PSDB, para o governo do Estado.

Jornalista repudiam a violência policial



A direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul e a Associação Riograndense de Imprensa (ARI) repudiam a atitude da Brigada Militar no trato com a Imprensa. Várias equipes de reportagens tiveram seu trabalho cerceado na manhã dessa quinta-feira, durante o episódio ocorrido em frente ao número 806, da Rua Araruama, Vila Jardim, residência da governadora Yeda Crusius. No entendimento destas entidades, a ação dos policiais que retiraram e isolaram os profissionais durante o manifesto promovido pelo Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul nos remete aos anos de chumbo, quando jornalistas eram proibidos de exercerem seu trabalho.


Entendemos que vivemos em um estado democrático de direito e que nenhuma autoridade pode tentar calar a imprensa. Lembramos ainda que episódios como este tem se tornado rotineiro no Estado, em especial na cobertura dos movimentos sociais. O Sindicato e a ARI esclarecem ainda que muitos profissionais, apesar de não estarem vinculados aos veículos da grande mídia, integram a categoria profissional e também não podem ser impedidos de exercerem suas atividades, seja como free-lance, ou assessor de imprensa.

Este tipo de ocorrência fere a todos os profissionais em exercício no Rio Grande do Sul, pois tem o objetivo de cercear a liberdade de informar. As entidades cobram providências do Comando da Brigada Militar para que não se repitam mais atos como esse contra profissionais que estão a serviço da sociedade e da qualidade de informação. Num momento em que se debate a liberdade de expressão, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul e a Associação Riograndende de Imprensa querem que os jornalistas tenham o direito da liberdade profissional.



* Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS

* Associação Riograndense de Imprensa




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