07 agosto 2007

Culpa de quem mesmo?

(Da Coluna de David Coimbra, em 6 de agosto)

Culpa do Lula!
Recebo matéria assinada por Fernando Carvalho, da agência espanhola Efe. Podia ser da lavra de algum gaiato, tudo bem. Mas, não, dou uma rápida olhada no Google e o cara existe, mesmo.
Dá uma conferida:
"Toda a obsessão é um mal da mente. Nesta nova viagem que faço ao Brasil encontro os jornais brasileiros, ou melhor, seus chefes de redação, acometidos de uma moléstia mental coletiva que beira a obsessão". "Tudo, absolutamente tudo, para eles é culpa do presidente do país." Rindo bastante hoje pela manhã, entre uma caipirinha e outra, foi assim que
Heinz Achlochstrecher,79, famoso psiquiatra suíço, radicado na cidade de Ulm, na Alemanha, comentou as notícias que leu nos jornais de hoje, no hall do Hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, onde está hospedado em visita de férias ao Brasil. "Essa história do assessor do Lula que foi filmado fazendo gestos obscenos, por entre as cortinas de seu próprio escritório, é um caso raro."

Culpa do Lula! 2
Continua:
Para o psiquiatra, ter a imprensa ligado a cena dos gestos obscenos ao anúncio de que um avião tinha apresentado problemas mecânicos, sem haver um áudio comprovando isso, é absolutamente doentio.
"A obsessão por culpar o presidente por tudo expõe esses jornalistas ao ridículo".
"Depois de passar três dias inteiros de manhã à noite culpando o governo pela falta de umas ranhuras que só 5 pistas de aeroporto possuem em todo o país, a mídia, em vez de fazer autocrítica quando o vice-presidente técnico da TAM revelou que o avião estava com o reverso desligado no momento do pouso, sai como louca em busca de uma nova imagem sensacionalista para desviar a atenção do público para a mentira que repetiu setenta e duas horas seguidas, sem descanso, sobre as tais "ranhuras indispensáveis", afirmou o Prêmio Nobel de Psiquiatria de 1988.
"Podia ser o Lula tirando meleca. Podia ser Dona Marisa limpando o sapato depois de pisar em cocô de um dos cachorrinhos do presidente. Podia ser qualquer coisa, contanto que desviasse a atenção. Quis o destino que
fosse o tal assessor, fazendo top-top atrás da cortina do seu escritório. Então, desce o pano rápido e vamos de assessor!”

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