20 outubro 2006

O que há de comum?

Haveria algo comum entre o RS e o PR, Porto Alegre e Maringá? Acredito que sim, ambos os Estados enfrentam o mesmo inimigo travestido, eventualmente, de sigla partidária diferente.
Lá, assim como aqui a luta é contra os lobos com pele de cordeiros, privatistas e nós. temos que enfrentar estes...

Yeda traiu o RS e votou a favor da Bahia
Ela se aliou a Toninho Malvadeza e aos inimigos dos gaúchos e gaúchas na disputa pela montadora
Na falta de um programa de governo consistente e sem nada de novo para apresentar, a candidata Yeda resolveu atacar com a surrada questão da Ford. A verdade é que a Ford só foi para a Bahia porque teve o voto de Yeda Crusius e demais tucanos a favor dos baianos no Congresso Nacional. Ela traiu os gaúchos e gaúchas, que representa em Brasília quando apoiou com seu voto, a prorrogação do Regime Automotivo Especial, que concedia incentivos fiscais para incentivar a instalação de montadoras no Nordeste, Norte e Centro-Oeste.
Na época, em 1999, presidia o Congresso Nacional o senador Antônio Carlos Magalhães, vulgo ACM, vulgo “Toninho Malvadeza”, senador pela Bahia – que depois renunciou para não ser cassado. Diziam que ele era o homem mais poderoso do país, mais até que o próprio presidente. Para garantir o apoio de ACM no Congresso, FHC aceitou dar a Ford de presente aos baianos, em prejuízo do Rio Grande. Mas o prazo do Regime Especial para serem concedidos novos incentivos fiscais às montadoras no Nordeste havia terminado em maio de 1997.
O jornal Gazeta Mercantil, de 21/10/2001, confirma: “O fato, porém, é que a Bahia não mais contava, naquele momento, com as condições de atrair uma montadora de automóveis”. O mesmo jornal relata que, “para viabilizar a instalação da Ford na Bahia, o deputado federal José Carlos Aleluia (PFL-BA), relator de uma Medida Provisória (MP 1740) que tratava de ajustes no sistema automotivo brasileiro, incluiu no documento a prorrogação, por alguns meses, da vigência do Regime Especial do Nordeste”.
A MP foi à votação no Congresso e o projeto acabou aprovado, por voto simbólico das bancadas, transformando-se em lei, dia 29 de junho de 1999. Porém, na mesma sessão, o PT apresentou um destaque pedindo votação em separado para o artigo 11, que prorrogava os prazos do Regime Automotivo Especial e favorecia diretamente a instalação da Ford na Bahia. Mas os deputados aliados de ACM, Yeda entre eles, não quiseram discutir o assunto e rejeitaram o requerimento em votação nominal. O voto dela está registrado no Congresso, a favor dos baianos.
A Gazeta Mercantil também revela que o então secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Pedro Parente, outro tucano, foi decisivo para garantir a Ford na Bahia. Tucano como Yeda e FHC, ele é hoje vice-presidente executivo da RBS no Rio Grande do Sul. “Pedro Parente foi a figura mais importante no convencimento de Fernando Henrique, com uma atitude da maior dignidade para com a Bahia e o Nordeste”, diz ACM na matéria da Gazeta.
O governador Olívio Dutra sempre quis a permanência da Ford, mas em bases mais justas, como aconteceu com a GM, em que a renegociação do contrato significou a economia de R$ 103 milhões para o Estado e a empresa ficou aqui. Ao falar da Ford com tanta arrogância, Yeda tenta encobrir sua vergonhosa participação no episódio. A tucana se faz de quero-quero cantando longe do ninho para enganar os outros, mas os eleitores não vão ser iludidos por alguém com uma visão política tão estreita, tão sectária, a ponto de apoiar a Bahia contra o Rio Grande do Sul.
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Frente Popular condena manifestações de intolerância
A Coordenação de Campanha da Frente Popular (PT-PCdoB) vem a público manifestar seu veemente repúdio às declarações atribuídas ao vice-prefeito de Porto Alegre, Eliseu Santos, na coluna da jornalista Rosane de Oliveira, em Zero Hora de 18 de outubro.
A Frente Popular sempre pautou sua conduta pelo respeito a todas as formas de religiosidade, sem qualquer tipo de discriminação. Defendemos a plena liberdade de expressão da fé, pois o Estado é laico e não pode privilegiar esta ou aquela religião. Por isso, não podemos aceitar que recrudesçam sentimentos de intolerância religiosa e racial.
Infelizmente, repetem-se nesta campanha manifestações preconceituosas contra as religiões de matriz africana. No primeiro turno, numa emissora de televisão, a candidata Yeda Crusius (PSDB), ao debater com o deputado Alceu Collares (PDT), referiu-se pejorativamente às pessoas "que acendem velas em esquinas". Depois disso, o vice-prefeito sentiu-se à vontade para destilar ódio contra "o batuque e os pais-de-santo".
Outras lideranças que se juntaram à Yeda neste segundo turno já haviam atacado antes as religiões de matriz africana. Um projeto de lei do deputado Manoel Maria, do mesmo partido de Eliseu Santos, tentou proibir alguns rituais religiosos africanistas, ferindo o princípio constitucional que garante a liberdade religiosa.
O programa de governo da Frente Popular tem um capítulo específico dedicado ao combate ao racismo, às ações afirmativas e de reparação, que prevê uma tomada de posição contra a cultura preconceituosa que ao longo dos anos foi se consolidando como um comportamento “normal” por parte da maioria da sociedade brasileira e gaúcha.
Nosso projeto também prevê que o Estado do Rio Grande do Sul reconheça sua imensa dívida histórica com os terreiros de matriz africana pelos séculos de perseguição e intolerância religiosa que se perpetua até os dias de hoje. Nosso compromisso é estabelecer diálogo permanente com representantes de religiões de matriz africana para implantar políticas anti-discriminatórias que promovam a tolerância religiosa e garantam a liberdade de culto.
Coordenação de Campanha da Frente Popular (PT-PCdoB)

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