26 novembro 2006

Governo de Vitrine ou de Alteração Estrutural!

“Sobretudo, o que me orgulha, no nosso jeito petista de governar, é que não escondemos os problemas; nós os identificamos para definir as prioridades, fazendo assim o bom combate.”
José Cláudio Pereira Neto

Governar por vaidade, por projeto pessoal, ou por definição ideológica à direita pode levar, muito provavelmente às políticas de vitrine, isto é, desenvolver ações ou obras superficiais que resultam em impacto aparente e nenhum efeito de alteração estrutural capaz de mudar a situação em que se encontra o território governado.
O primeiro passo é identificar os problemas, desvelar suas causas, torna-lo aparente e em seguida implementar políticas para debelar as causas estruturais. Em outras palavras, isto é, uma prática na direção de Governar para alterar, pela raiz, os estrangulamentos e, portanto, resolver os problemas de forma definitiva ou criar condições para sua solução permanente no futuro. Se for para não alterar estruturas, então Governar é enganação ou simples capricho pessoal.
“O bom combate” a que se referia José Cláudio era exatamente Governar na perspectiva de enfrentar, permanente e estruturalmente, os problemas, identificando-os, desvelando-os, deixando-os aparentes para então combate-los.
É neste marco que se localiza a ação do Governo de Maringá, implantando um CRAS – Centro de Referência da Assistência Social – na região da Zona 5, que segundo o Atlas Social de Maringá
[1], possuía apenas seis famílias abaixo da linha de pobreza. Ao contrário, as regiões 24, 37, 36, 25, conforme o Atlas[2], são infinitamente mais carentes, onde esta estrutura e recursos federais e municipais poderiam ser aproveitados adequadamente. Além disto, os Distritos (zonas 33 e 34 no mapa) Iguatemi e Floriano, respectivamente, distantes do centro da cidade e com alto índice de carência, também poderiam abrigar uma estrutura deste tipo.
Logo, observa-se que o problema foi identificado e desvelado em publicação em 2004 para as próximas ações, mas o Governo que assumiu em 2005 ignorou o problema e apontou, nitidamente, para uma ação de vitrine, implantando instrumento de trabalho inadequado para a região e inútil para o problema central.




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[1] Documento elaborado pelo Governo Popular de Maringá – Gestão 2001-2004, coordenado pela SASC/UEM (Secretaria Municipal de Assistência Social e Universidade Estadual de Maringá) que mostrou a realidade social da cidade a partir de pesquisa e cadastramento das famílias por região, identificando e caracterizando geograficamente a situação socioeconômica da pobreza de Maringá, publicado em Dezembro/2004.
[2] Conforme o mapa da página 37 do referido Atlas, em anexo, o bairro que corresponde à zona 24 é o Jardim Alvorada; os bairros contidos na zona 25 do mapa são Jardim Ipanema, Conjunto Habitacional João de Barro I, Conjunto Habitacional Santa Felicidade e Parque Tarumã; os bairros compreendidos pela zona 36 são Jardim América, Jardim Atlanta, Jardim da Gloria, Conjunto Residencial Guaiapó, Parque Residencial Ibirapuera, Distrito Industrial II, Parque Industrial, Conjunto Residencial Ipês, Conjunto Habitacional Itatiaia, Conjunto habitacional Karina, Jardim Liberdade, Conjunto Habitacional Parigot de Souza, Jardim Paulista e Conjunto Habitacional Requião; os bairros contidos na zona 37 do mapa são Loteamento Batel, Conjunto Residencial Branca Vieira, Jardim Campos Elíseos, Conjunto Habitacional Champagnat, Jardim Dourados, Loteamento Grajaú, Conjunto Habitacional Itaparica, Conjunto Residencial João Paulino Filho, Conjunto Habitacional Lea Leal, Jardim Novo Oásis, Jardim Oásis, Parque Residencial Patrícia, Jardim Piatâ, Jardim Pinheiros II, Jardim Pinheiros, Jardim Santa Alice, Jardim São Francisco, Parque Residencial Tuiuti e Conjunto Village Blue.

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