21 novembro 2006

Inclusão da Diferença.

Faz tempo que a mulher incluiu-se no trabalho, no capital, nas relações familiares e na política.
Bom, muito bom exemplo, é preciso afirmar que elas e eles fazem a diferença, incluir todas elas qualifica as diferenças.
Antes de ontem iniciou a luta dos que possuem opção sexual contrária à usual, passeata colorida, alegria para combater o lado descolorido e da tristeza do preconceito.
Bom, muito bom exemplo, é preciso incluir os que amam e sentem prazer na igualdade via diferença, incluir o direito de amar diferente e na diferença.
Ontem as medidas de repressão à inflação, sustentação do equilíbrio econômico e diminuição dos preços dos alimentos deram saúde ao poder de compra de todos, mais para quem não tinha nada e bem menos para quem já tinha muito.
Bom, muito bom exemplo, é preciso incluir os que não têm e diminuir a ganância de quem já tem, incluir a diferença.
Hoje uma jovem senhora foi presa, e será processada, por crime de racismo, ao insultar funcionária federal no aeroporto, além de ofender nossa terra.
Bom, muito bom exemplo, é preciso incluir as raças, incluir a diferença.
A distribuição de renda, ainda que lentamente, democratiza o acesso à educação e à comida, pelo menos três refeições por dia para milhões.
Bom, muito bom exemplo, é preciso incluir os que têm fome de cultura e proteína, incluir a diferença.
A luta por acessibilidade universal para que todos possam ir e vir em todos os lugares e em qualquer espaço público ou privado é uma realidade como a dança e música em Brasília nesta semana.
Bom, muito bom exemplo, é preciso incluir os que têm desejo de participação e querem contribuir para transformar ou aniquilar as barreiras, sejam arquitetônicas, ou não, incluir a diferença.
Agora até a Rede Globo, via novelas, tem uma escola inclusiva para os alunos, que não escutam, que são cegos ou os que possuem outro tempo de aprendizado, afinal, todos sabem e querem mais saber.
Bom, muito bom exemplo, é preciso incluir os que possuem habilidades diferentes, os outros que também possuem os mesmos direitos, ampliar e abrir a escola para incluir a diferença.
Basta? Não!
É preciso incluir a diferença política e ideológica.
A Escola ainda não aprendeu que não há apenas um significado, um conceito apenas para tudo que existe no mundo. Os mais de 27.000 verbetes da língua portuguesa estão em movimento, estão vivos porque nosso povo produz conhecimento todos os dias, dá sentido às palavras, cria novas ou muda o que antes era de outro jeito.
Cada qual contribui a partir de seu bairro, de sua cidade, de sua região, de sua cultura, de seus conceitos políticos, de sua ideologia, libertadora ou dominadora.
Não há palavra estática para expressar o que está em movimento.
Minha avó nunca imaginou usar a palavra celular todos os dias, meu Pai não conheceu o deletar e nunca usou internet. Sou do tempo que usuário era de drogas, hoje é de computador, de preferência com internet. Minha Mãe, aos 80 anos bem vividos, agora sabe “tudo” sobre controladores de vôos, antes ignorava a existência destes profissionais.
Quando alguém falava em Comunidade era comunista, subversivo e comedor de criancinha na década de 70 do século passado. Era proibido falar em sexo, hoje se faz campanha para usar camisinha e a criança pergunta aos pais onde ela deve usar, afinal, a camisa que ela usa hoje tem mais de um significado.
Mas a Escola não conhece tudo, ser escola é estar aberta ao novo, ao diferente para resignificar o que já existe e se as palavras não comportam o novo, que se crie novas, então.
Lembro, meus camaradas (antes essa palavra era proibida), que os italianos, alemães, japoneses, polacos, russos, e etc... OCUPARAM – e nunca vi alguém dizer que eles invadiram - nossas terras vazias e inúteis e agradecemos á eles por tornarem produtivas e capazes de tanta riqueza.
Mas vejam que ironia, para os primitivos desta terra chamada de Brasil por nós – os ameríndios – nós INVADIMOS a terra deles...
Mas a Escola ainda não apreendeu que precisa incluir a diferença na e da política e da ideologia, pois, quando falo e redijo uso palavras cheias de significados, conceitos e todas carregadas de
ideologia.
Mas a Escola ainda não aprendeu que ela só aprenderá quando incluir o conhecimento que vem de fora dela. Incluir a diferença ainda é necessário...

Obs: Dedico estas palavras ao Professores e professoras do Colégio Regina Mundi.

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